quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mulher e Sociedade por Antonio Marcelo Carneiro

PALESTRA

MULHER E SOCIEDADE: Mulher pensa
Palestrante Antonio Marcelo carneiro


Desde os primórdios da humanidade, de toda e qualquer civilização a mulher está presente. E algumas exercem os papeis que lhes são dados. Mulheres de todas as cores, raças e idades, oprimidas, revolucionarias, atuantes e atordoadas. Algumas com papeis de destaque, políticas, alfabetizadas, analfabetas, sendo protagonistas da própria história ou coadjuvantes da própria vida. Mulher tem seio e anseio. A mulher sente e se sente obrigada a ser: a mulher, a mãe, a cidadã, sempre respeitável, a dona do lar, a empregada sem remuneração. E traz consigo o desejo de ser feliz. Há canções que fazem referência a todo tipo de mulher....e há uma que diz que toda mulher nasceu para morrer de amor... outras gritam, olham no olho e se mostram valentes, capazes, conseguem furar o cerco, o circo onde ela não deveria protagonizar, mas ela quer e vai protagonizar.

Onde se criou o conceito da fragilidade da mulher? Ela perde na força física, mas há uma fonte energizadora que não seca, a mulher tem útero, e sua força parece vir dele. Mulher pensa quando não aceita ser passiva, quando não cala sua voz, e nem treme quando alguém grita,. A mulher não veio para amparar o homem, nem o mundo. Ela veio para somar. E esta soma não se deu ainda com exatidão. O conceito social não deixa, mas a mulher que pensa insiste, resiste. É preciso no exercer do ser mulher, recolher da sociedade o epílogo forjado onde se diz e se mostra a mulher inferior. A mulher é capaz, é tenaz. E você? Você se mostra? Você se integra, e se entrega na concepção do que é ter mente, corpo, voz? A mulher no sistema que a ela foi imposto, ela se torna atriz por representar o que ela não é ou não deveria ser. A mulher se oprime mas não é opressora, serve e não é servida. E já que esta não é sua identidade real, ela apresenta uma identidade funcional. A mulher já nasce cheia de funções, ela priva as próprias emoções. O meio provoca na mulher o silêncio assassino do que ela é. O ser feminino traz consigo o “EU” – um pronome já próprio da própria culpa. A mulher respira por seu homem, seu marido, e para muitos deles, ela não inspira nem um ponto determinante na confiança. O machismo não encontra no feminismo o confiável. E o feminismo não comunga com essa culpa implantada. A mulher enfrenta o mau humor, o alcoolismo, a TPM, a depressão, o psicologicamente afetado e o social em distanciamento e diz que não. A mulher tem cruz e carrega em seus ombros. Ela sabe que o seu “EU” foi moldado numa casca dura, e acha o que não é comum, normal. Nada é normal. Enfrentar-se é permitido. Conhecer-se é um gesto nobre. Amar se traduz no somar com o outro. A mulher não pode ser figurante no sucesso de quem quer que seja. Pode ser sim, mutável, ser degraus e nunca uma escada. O que está dentro da mulher? O que vem de dentro? O que é defeito? Quem aponta esses defeitos? O homem pode, a mulher não! Que cretinice foi essa merecedora de aplausos? Homens e mulheres podem, ou homens e mulheres não podem!

A guerra dos sexos é interminável. É corrente, é recorrente do próprio ser humano: concorrência, mercado, trabalho,família, amor, sexo. Como administrar essa disputa que não respira, que não cessa, que não tem fim? As mulheres com o passar dos tempos, ensaiaram a mudança de valores, a quebra de tabus, aprenderam a se impor, e mudaram os valores, o comportamento, a forma de ver, de perceber, de sentir. A mulher através de causas pessoais, coletivas, comunitárias, universais, humanitárias se engajou em lutas intermináveis, conseguiu registrar seu nome na história. Aplausos para Olga Benário, irmã Dulce, Joana Dark, Lady Di, Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca, Maria da Penha, Bárbara de Alencar, Winne Mandela, Gloria Peres. Aplausos para aquelas mulheres de Atenas que conseguiram por fim a guerra. Aplausos para aquelas mulheres de vidas escondidas e sofridas na favela, aplausos para que elas possam sentir a energia e seguir em frente. Aplausos para a mulher sobrevivente, que sobreviveu e agora pode contar. Mulher vota, homem vota, mulher canta, homens também cantam. Homens e mulheres administram casas, empresas, cidades, países. O homem lutou para organizar a sociedade, a mulher avançou no tempo para fazer parte dessa sociedade construída para ela não participar. Aqui a mulher é atrevida e diz não ao que aqui ela foi imposto. Primeiro vieram as bruxas, as renegadas, as excomungadas pela própria igreja. A primeira fragilidade foi imposta a Lilith, mas esta se rebelou:

Depois veio Eva como um ser não pensante. Eva se deixou seduzir? Depois se tornou sedutora. A mulher serpente. O pecado é implantado na mulher, no principio do mundo. Muito antes de haver alguma coisa, havia o nada. Tudo era escuro, e alguém veio e pensou, alguém pensou e venceu a força bruta. Os mais frágeis vivem aprisionados, se tornando incapazes e até quando? Só os sobreviventes poderão contar a história.

Há trajetórias percorridas, percorríveis, lutas em favor da emancipação, da percepção do ser mulher, um ser pensante, mulher pensa. Mulher não administra apenas a sua condição imposta, que é a fragilidade, a obediência, a subserviência. Mulher também rasga o verbo, pede licença e vai a luta. Mulher tem um papel ativo na sociedade, mas parece que esse papel não está apto a se mostrar, porque o machismo não comunga com o direito da mulher mãe, da mulher cidadã, da mulher família, da mulher um ser sociável que advoga seus próprios interesses. (se olhe no espelho) Quem é você? Você ama? Você odeia? Você constrói? Você destrói? Você vai a luta? Você se respeita e respeita o seu companheiro? Ou você o teme?

Casamentos felizes ou infelizes se constroem no primeiro encontro! Depois a rotina vira bagunça, ninguém respeita mais o outro. Todo ser tem uma individualidade que é só dele e não pode ser dividida; e os dois esquecem que são dois na privação de algo coletivo que se partilha. O caminho construído a dois deve ser somado, mas a individualidade inter pessoal nunca. Mães preparam seus filhos para o mundo ou para se mesmas? Que exemplo de coragem e determinação, elas podem passar para os seres gerados por elas? O que você enquanto mulher está fazendo por sua espécie? Depois de um avanço significativo, passando por Eva Perón, Adelaide Cabete, Maria Clara Machado, Tarsila do Amaral, Anita Garibaldi, Bidu Saião... Estamos hoje atrelado a moda da eguinha pocotó ao grito das cachorras. A mulher lutou tanto por representatividade, por direitos e dignidade. E agora uma nova safra de mulheres tende a qualquer preço joga tudo no esgoto. Arregace as mangas, diga não a essa barbaridade exposta do erotismo vulgar. A mulher traz renúncia, ela renuncia incondicionalmente. Por que? Para que? Quando há renúncia, ela se dá por que? Quais expectativas são criadas entre tantas outras quando há pré disposição as renúncias?

O papel da mulher é interminável, é debulhável assim como o oficio da fé. Mulher comunga com a natureza, ela cria, recria, enfeita, colore, ela se doa pelo ato da doação. Mulheres resistem a malicia da outra mulher: a mulher pistoleira, a mulher ameaçadora da paz familiar. A mulher amante e sem compromisso com ela mesma, perturba o laço matrimonial da outra. Mas essa mulher ferina, loba, leoa não faz isso sozinha. Há uma interferência permitida. A mulher que é condenada por invadir o lar da outra, ela recebe junto de tantas injúrias e difamação um aval ou uma carta branca para isso. Ela invade porque o homem da outra permite. Mas ele é homem e pode! Homem não pode ser canalha.

É para ser muito sentido saber que alguém acha isso de fato e direito correto do ser macho. Não pode nada. O homem é para defender seu ninho e a mulher suas crias, e vice versa. A mulher nefasta, pistoleira de plantão se torna rival da mulher bondade e santíssima. Isso é uma guerra social. Uma guerra promovida pela falta de dignidade, pela falta do direcionamento humano. E a mulher quando se propõe a entrar no matrimonio alheio, ela está anulando uma condição sua que é ser a primeira mulher. Mas nisso entram valores que cabe a cada um discutir consigo mesmo. Há todo um contexto que precisa ser avaliado. Mas é preciso aceitar uma verdade que é saber – nós não conseguimos ser felizes com a infelicidade do outro. Estamos aqui para somar. É bom que isso seja sempre lembrado. O homem da outra pode dá a uma outra mulher o que? Momentos reservados a ela, na ausência da outra. Saiba que você também merece mais. Nos temos um compromisso conosco mesmo que é sermos felizes.... e não há qualquer preço para isso. Tudo que a gente faz vai e volta para nós. Assim como o cordão umbilical que não se desprende. Ser a outra também traz muitas renuncias. E a principal delas é não ter ao seu lado um homem sempre presente. Exista uma vaidade humana que é apresentarmos socialmente aqueles que amamos. Mas todas são de carne e osso, humanas com falhas, somos falíveis ou infalíveis depende de como nos posicionamos diante de nós mesmos. Mas a mulher precisa de atitude, ação, verbo, precisa sentir e pensar. Se junte as mulheres do mundo, são muitas aquelas que estão dispostas a manchar essa história na invenção de uma nova sociedade. Não seria egoísmo vê Joana Dark na fogueira e deixar que ela morra, e permanecer de braços cruzados? Joana Dark morre por que é mulher e morreu porque se encontrava sozinha, a emoção dela a flor da pele, ela a tremer, mas digna, sob o domínio do fogo, e naquele momento a única coisa que eles, os poderosos não conseguiram fazer foi que ela pedisse perdão nem desculpas. Sua voz não se calou, o verbo de Joana Dark foi feroz. Ela não se rendeu, ela dignificou a coragem feminina. E outras mulheres assistiam tudo passivas, e o máximo que podiam fazer era sentirem seus corações agitados, mas em silêncio, e silenciadas elas apenas lamentavam ou concordavam. O sistema dominante não dava a elas voz nem vez. A mulher amordaçada precisa se libertar, a mulher espancada, vitima da violência doméstica precisa se amar. Amor não é dependência psicológica. O que não soma se separa. Mulher é dona de si, assim como o homem é dono de si, mas não é para ser esquecida a responsabilidade. A sociedade não precisa de falso moralismo, e é isto que temos vivido ao longo dos séculos. Precisamos, estamos precisados da moralização de nós mesmos. Que rumo vai tomar a tua vida? Onde teve inicio aquele ponto de partida, os projetos de vida deram em que? Em algo concreto? Em extrato de névoa, em nada? Você desistiu de si mesma ou foi obrigada a desistir? Por que? E se foi obrigada, cadê sua coragem? O companheiro que entrou na sua vida, ele foi capaz de lhe fazer feliz, ou apenas momentos bons foram proporcionados na sua fantasia de um ser carente, vitimado pela própria condição? Sua vida como está? Dê essa resposta a você mesma, você mercê esta resposta sincera. Pegue o espelho, mais uma vez... se olhe, se mostre, se revele. Você existe. Você não é a roupa que está vestida, você tem carne, osso, sangue nas veias, você é um ser pensante. Embora não seja possante. A boca não é somente uma partitura do corpo preparada para a exibição do batom. A boca fala, quando o raciocionio se manifesta.

Medo assombra. Medo amedronta. Medo priva a mulher de ser mulher... Gente é para brilhar! Essa palestra traz a tona um convite ao conhecimento, para a busca incessante de sabermos o que somos enquanto seres transformadores. Temos um papel social e ele precisa ser exercido. Essa palestra propõe ainda um passeio por raciocínios nunca antes explorados. É possível que todo mundo se identifique com algum ponto de chegada. O tema da palestra é universal. Foram adormecidos os sonhos de menina, a brincadeira de roda, a casinha de boneca agora é real que é o seu próprio lar. O que mudou? Quem era você? O que você é hoje? E o que será amanhã, depois e daqui alguns anos? Pense, mulher é para pensar...
Por tanto, sejam todas bem vindas!

Ponto 1

Qual a origem da mulher? Quando ela foi registrada na história? Que condição humana e social foi dada a ela? A mulher veio da costela de Adão para que ele não se sentisse só. Isto é bíblico, mas os cientistas e outros estudiosos discordam dessa versão.

LILITH

O primeiro capitulo da Bíblia, conta a história de Adão e Eva... mas segundo o Zohar (comentário rabínico dos textos sagrados), Eva não é a primeira mulher de Adão. Quando Deus criou o Adão, ele fê-lo macho e fêmea, depois cortou-o ao meio, chamou a esta nova metade Lilith e deu-a em casamento a Adão. Mas Lilith recusou, não queria ser oferecida a ele, tornar-se desigual, inferior,e fugiu... Deus tomou uma costela de Adão e criou Eva, mulher submissa, dócil, inferior perante o homem.De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. O astrólogo assinala que ali começou a eterna divergência entre o masculino e o feminino, pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem. O mito de Lilith pertence à grande tradição dos testemunhos orais que estão reunidos nos textos da sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes. Sabemos que tais versões do Gênesis - e particularmente o mito do nascimento da mulher - são ricas de contradições e enigmas que se anulam. É deduzido que a lenda de Lilith, primeira companheira de Adão, foi perdida ou removida durante a época de transposição da versão jeovística para aquela sacerdotal, que logo após sofre as modificações dos pais da igreja.No Talmude, ela é descrita como a primeira mulher de Adão. Ela brigou com Adão, reivindicando igualdade em relação a seu marido, deixando-o "fervendo de cólera". Lilith queria liberdade de agir, de escolher e decidir, queria os mesmos direitos do homem mas quando constatou que não poderia obter status igual, se rebelou e, decidida a não submeter-se a Adão e, a odiá-lo como igual, resolveu abandoná-lo. Segundo as versões aramaica e hebraica do Alfabeto de Ben Sirá (século 6 ou 7). Todas as vezes em que eles faziam sexo, Lilith mostrava-se inconformada em ter de ficar por baixo de Adão, suportando o peso de seu corpo. E indagava: "Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual." Mas Adão se recusava a inverter as posições, consciente de que existia uma "ordem" que não podia ser transgredida. Lilith deve submeter-se a ele pois esta é a condição do equilíbrio preestabelecido. Vendo que o companheiro não atendia seus apelos, que não lhe daria a condição de igualdade, Lilith se revolta, pronuncia nervosamente o nome de Deus, faz acusações a Adão e vai embora.....
é o momento em que o Sol se despede e a noite começa a descer o seu manto de escuridão soturna, tal como na ocasião em que Jeová-Deus fez vir ao mundo os demônios. Adão sente a dor do abandono; entorpecido por um sono profundo, amedrontado pelas trevas da noite, ele sente o fim de todas as coisas boas. Desperto, Adão procura por Lilith e não a encontra: Procurei-a em meu leito, à noite, aquele que é o amor de minha alma; procurei e não a encontrei" (Cântico dos Cânticos III, 1). Lilith partiu rumo ao mar vermelho....

A primeira mulher da história da humanidade se recusou a ser como queriam que ela fosse... e como se rebelou implantou-se nela o mito do demônio. A mulher desobediente... mas como aqui não viemos discutir religião a conclusão é de cada uma de vocês. É lembrado que cada vez que alguém transgride os costumes impostos, esse alguém é renegado pelo sistema...

",e é o seu caráter demoníaco que leva a mulher a contrariar o homem e o questionar em seu poder. " - Isto foi dito e passado adiante pelos senhores da época.

Alguns escritos contam que Adão queixou-se a Deus sobre a fuga de Lilith e, para compensar a tristeza de Adão, Deus resolveu criar Eva, moldada exatamente como as exigências da sociedade patriarcal. A mulher feita a partir de um fragmento de Adão. É o modelo feminino permitido ao ser humano pelo padrão ético judaico-cristão. A mulher submissa e voltada ao lar.
Dizem que Deus enviou três anjos para convencerem Lilith a voltar, mas ela se tornou cada vez mais revoltada diante os argumentos que ouvia.

Lilith está irredutível e transformada. Ela desafiou o homem, profanou o nome do Pai e foi ter com as criaturas das trevas. Como poderia voltar ao seu esposo? Os anjos ainda ameaçaram: "Se desobedeces e não voltas, será a morte para ti." Lilith , entretanto, em sua sapiência demoníaca, sabe que seu destino foi estabelecido pelo próprio Jeová-Deus. A partir daí, Lilith assume plenamente sua natureza de demônio feminino, voltando-se contra todos os homens, de acordo com o folclore assírio, babilônico e hebraico.

Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na comunidade judaica. Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século 13 que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmude, o livro dos hebreus. No Zohar Hadasch (seção Utro, pág. 20), está escrito que Samael - o tentador - junto com sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. E essa foi a causa da mortalidade humana. O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes.

Aqui isto não deve ser discutido. O relevante, o mais importante é saber que ela, a mulher existe. A própria bíblia aponta que os homens de épocas passadas podiam ter varias mulheres, mas não registra que a mulher tivesse o mesmo direito. Bem recente, a novela o clone, de Gloria Perez, trazia essa cultura mulçumana. Algo parece e está errado. A historia é assim... Na bíblia é assim... E assim deve ser. Tudo que está em volta de nós deve ser questionável. Todo ser que prima pela inteligência é questionador. Tudo deve ser questionado, principalmente quando coloca alguém ou alguma coisa em segundo plano ou em planos decrescentes. A mais simples das perguntas deve permanecer sempre: Por que? E quem pergunta espera resposta. As culturas orientais e ocidentais são por si recheadas de falsos preceitos. Em nome de Deus, os homens sanguinários fizeram a guerra, aprisionaram muitos povos, escravizaram negros, renegaram a escória do prazer a delicadeza da mulher.

Nós homens e mulheres nos criamos rodeados de preconceitos, de conceitos pré-concebidos, ou seja, antes de conhecermos já estamos julgando, condenando ou absolvendo o que nem sempre é credor de inocência. Somos motorizados por forças alheias as nossas. Enfrentamos dentro de nós muitos tipos de preconceito: o preconceito por sermos pobres, negros, interioranos, nordestinos, deficientes, latinos. O preconceito existe e não adianta mascarar essa verdade. A mulher sofre o preconceito da gordura, da celulite, da flacidez, da carne, do envelhecimento. E na luta contra isso, muitas mulheres têm sido adeptas das plásticas, do bisturi, do silicone, da bunda de plástico, da cara esticada, etc. A mulher tem se mutilado, tem se tornado escrava da beleza, põe a própria vida em risco, e tudo isso anula a identidade do tempo. Os tabus precisam ser vencidos, derrubados em nome da inteligência. Mulher não é objeto do desejo, não é o conjunto da cobiça masculina. Mulher é um ser pensante e deve comportar-se como tal.

A Mulher na Religião I

As grandes religiões atuais são baseadas em figuras e princípios masculinos. Deus, sacerdotes, santos, profetas e iluminados são homens ou são representados por homens. Grandes religiões como a Cristã, Islâmica e Judaica confrontam-nos com uma longa sucessão de figuras paternas e de valores patriarcais. Nas religiões Celtas, conhecidas como “antiga religião” a mulher sempre desempenhou um papel fundamental. O conceito da mulher como criadora de vida é o alicerce destas religiões. O poder da fêmea e a sua capacidade de produzir vida são considerados sagrados, o parto é considerado místico e poderoso. A mulher é o elemento que completa o homem, o homem o elemento que completa a mulher. Como dia e noite, céu e terra, ar e água. Yin e Yan. Infelizmente, estes conceitos representavam uma ameaça à ascensão de uma Igreja predominantemente masculina, e por isso o sagrado feminino foi demonizado e declarado impuro. Foi o homem, e não Deus, que criou o conceito de «pecado original», em que Eva prova a maçã e provoca a queda da raça humana. A mulher em tempos criadora de vida, passava a ser inimiga. A filosofia Cristã decidiu defraudar o poder criativo da fêmea, ignorando a verdade biológica e fazendo do homem o Criador. O Gênesis diz-nos que Eva foi feita a partir de uma costela de Adão. A mulher tornou-se um rebento do homem. E um rebento pecaminoso, ainda por cima. Talvez por isso, cada vez mais mulheres modernas estejam a voltar-se para religiões pagãs como a Wicca. Talvez porque a igualdade entre homens e mulheres precise de se refletir, também, na religião.

Voltando ao principio, por que será que a serpente seduziu Eva e não Adão? E por que foi Eva quem levou Adão ao pecado? A mulher já nasce culpada. Ela não consegue se desprender disso. A lei e a culpa são fortes e severas.

No século XXI, ainda existem mulheres que só conseguem comprar um perfume, uma blusa escondida do marido, porque ela tem a certeza que ele vai reclamar... uma mulher tem o direito negado de abraçar um amigo porque o marido se ver ou souber, vai armar o maior barraco e será capaz de verbalizar ofensas. E quem silencia está permitindo. Todas essas mazelas filhas do machismo são afrontas a dignidade da mulher. Você não é saco de pancada. E as que se tornam, as que permitem ser, precisam urgentemente revisar sua condição feminina e pré estabelecer que não está disposta a levar a vida inteira nessa dependência psicológica. A mulher precisa desarmar o sistema machista e capitalista que é promovente da desordem universal, que propaga a guerra, a desvalorização do ser mulher, esse sistema que temos é que deixa o assassino, o traficante, o estuprador impune.

Política

Sempre ouvimos alguém falar: tenho nojo de política. Há um texto do Bertolt Bretch que fala sobre esse analfabetismo gritante que é não participar, não fazer parte da decisão que envolve todo um sistema que é peculiar a nossa sobrevivência, nossos hábitos, etc. É a política que comanda toda a conjuntura familiar de todo mundo. E nesse conjuntura familiar entra todo o nosso processo de vida, desde a televisão que assistimos até a comida colocada em nossa mesa. A história também conta que a política era feita por homens... que a mulher não tinha participação nenhuma. Para o sistema ela também era incapaz, só em 1930, é que a primeira mulher brasileira se inscreve para votar no Brasil.... Foi a potiguar de Mossoró, Celina Guimarães, a primeira mulher a se inscrever para votar no Brasil. Depois disso, elas partem para a linha de frente.... onde a mulher desenterra o mito de Lilith, ela quer ser igual... porque ela é igual. Memorável para o movimento de mulheres, Leila Diniz provocando e desafiando os olhares do Brasil e do mundo, batendo de frente com a linha do conservadorismo. Rose marie Muraro junto de outras companheiras participam ativamente da discussão política em torno da mulher, englobando direito, família, sociedade,. E com isso o sistema dominante se apavora porque ele sabe que suas regras já não sustentam suas invenções. A mulher dominando toda sua inteligência consegue apontar erros na contação da história.

Esse texto abaixo transcrito de um site na internet (Gilda Almeida é vice-presidente da CUT SP
Publicado: 05/03/2007 - 14:29

As mulheres são a maioria da população brasileira: 51,25% pelos números do último censo. Este fator já coloca em destaque a discussão sobre a inserção da mulher na sociedade, assim como os avanços e as debilidades nas políticas públicas de gênero e na luta pelo combate ao machismo. Essa maioria cada vez mais se reflete na composição do mercado de trabalho, sendo que, já no censo de 2000, as mulheres ultrapassavam os 44,1% do mercado, especialmente alocadas no setor de serviços. No entanto, elas são as principais afetadas pela precarização do trabalho e em sua maioria não têm sequer registro em carteira.
Mesmo com avanços nos últimos anos, as desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho demonstram o quanto é arraigado o preconceito. As mulheres, ainda que tenham em média a escolaridade superior a dos homens, recebem 30% a menos que estes na ocupação de postos iguais. Além disso, a defasagem das mulheres ocupando cargos de chefia ainda é um obstáculo a ser enfrentado.


A mulher na política

As mulheres estão insuficientemente representadas do ponto de vista político: elas são apenas 46 entre os 513 deputados federais e 14 entre os senadores. Sem dúvida é muito pouco para quem é maioria da população.

Esta defasagem precisa ser combatida. A participação das mulheres na luta política é histórica, seja nos temas específicos da questão de gênero ou nas lutas progressistas de uma forma geral. E é preciso que a participação seja crescente e cada vez mais valorizada e politizada.

Neste sentido, o próximo 8 de março elevará o protagonismo da luta da mulher, especialmente à medida que se conjuguem as bandeiras emancipacionistas e a luta pela paz e contra o imperialismo – temas, aliás, intimamente ligados.

A visita ao Brasil de George W. Bush, o senhor da guerra, terá forte componente simbólico. A luta das mulheres neste 8 de março, cujo tema é “Feministas em luta para mudar o mundo - Por igualdade, liberdade, e autonomia”, terá lugar de destaque também na luta geral dos povos pela paz. A responsabilidade de todo o movimento progressista, em especial o feminista, é dizer em alto e bom som: Somos pela Paz, repudiamos a Guerra! Fora Bush!
O Dia Internacional da Mulher é celebrado a
8 de Março de todos os anos ímpares. É um dia comemorativo para a celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais alcançados pela mulher.
A idéia da existência de um dia internacional da mulher foi inicialmente proposta na virada do
século XX, durante o rápido processo de industrialização e expansão econômica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos em 8 de Março de 1857 em Nova Iorque, em que protestavam sobre as más condições de trabalho e reduzidos salários.
Este fato levou à uma versão distorcida dos fatos, misturando este evento com o
incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, que também aconteceu em Nova Iorque, em 25 de março de 1911, onde morreram 146 trabalhadoras. Segundo esta versão, 129 trabalhadoras durante um protesto teriam sido trancadas e queimadas vivas. Este evento porém nunca aconteceu e o incêndio da Triangle Shirtwaist continua como o pior incêndio da história de Nova Iorque.
(fim do texto de Gilda Almeida)

Crise existencial incutido no social.

É comum os psicólogos, os assistentes sócias os psiquiatras, os sacerdotes, os amigos ouvirem em suas salas e casas, o velho bordão: - “ Ruim com ele, pior sem ele.” Essas mulheres que permanecem com esse tipo de relacionamento doentio, esmagador, sufocante estarão cada vez mais presas, unidas a perda, onde perderão o amor próprio. Mas isto são escolhas, embora escolhas erradas, são escolhas. Uma escolha que pode levar e já tem levado o ser humano a desgraça pessoal. E quase sempre só se busca ajuda no amor ou não dor. Um lar construído a base da agressão não pode ser feliz, não pode respirar com leveza. Os promoventes da agressão, ou seja os agressores estão doentes, infelizmente. E com certeza adoeceram todos que estiverem por perto. Uma pessoa doente, estúpida, adoece e faz mal a qualquer um que se aproxime dele. Vier junto nem pensar. E toda e qualquer violência é muito próximo da ignorância. A violência e a ignorância são irmanadas, caminham juntas. Tem mulheres que estão em casa, tranqüilas, sozinhas, mas basta o marido violento chegar que ela perde o chão, ela treme nas bases e não sabe caminhar dentro da própria casa. E isso leva a que? Você vai se permitir ou se permite a isso? Cadê sua coragem? Sua dignidade? Será que alguém de bom senso escolheria para si o pior caminho? Não ninguém escolhe o pior caminho, mas caímos em armadilhas? E dentro desse sufoco onde buscamos ajuda?

- Não posso me separar, tenho um filho, dois, três... como vou Mantê-los?

Essa é a primeira desculpa que se encontra para não obter atitude. Não me separo porque meu filho precisa de um pai. E que tipo de pai o seu marido tem sido? Amoroso, atento, responsável.? Quando a mulher vai escolher um homem para viver ao lado dele e este ser o pai de seus filhos, ela precisa pô-lo na balança... e o homem do mesmo jeito. O homem não está sendo aqui colocado como vilão, e nem é porque ele se criou nesse sistema. Há homens que são também superiores a muitas mulheres no que se refere a ética, a cuidado. Estamos aqui discutido o encontro desses dois mitos que estão em desencontro..... o masculino versus o feminino. E lembrando que o homem ou a mulher que permanece em um casamento desequilibrado por causa dos filhos, está sendo cruel duas vezes. Cruel consigo mesmo e cruel com os filhos. Eles vão adoecer também. A criança vivendo em um ambiente sem harmonia, ela vai se tornar uma criança e futuramente um adulto incapacitado. É preciso ir a luta. O que está sendo abordado aqui é repercussão da maioria dos lares brasileiros, onde o marido é o senhor imperativo e a mulher a submissa por condição. E ela vai acabar morrendo. Há dois tipos de morte. Uma dessas mortes é lenta, pouco a pouco, onde todo dia o ser humano morre um pouquinho. E a outra é que pode ser mais imediata.... um dos dois pode terminar assassinado. O homem quando mata a mulher ou vice versa, antes já houvera o insulto, o empurrão, o tapa na cara, a surra. Ninguém mata na primeira vez.

Ponto 2
Recomeçar.

Recomeçar é pré disposição para mudar o caminho. O ser frágil precisa ser reintegrado ao convívio social, a luta por si mesmo. Clarice Lispector, uma das mais geniais escritoras brasileiras disse que “desistir de si mesma é imoral.” Mas quando ns falta a força, nós desistimos. Passamos a vida idealizando, planejando, e nunca fazemos nada de concreto. Porque estamos a idealizar o companheiro, o amigo, o protetor, e nem sempre ele vai vir. Quem está certo nessa vida? Quem está errado? Quem tem a receita para recomeçar? Está certo quem descobre como ser feliz sem destruir o outro nem a si mesmo. Quem tem dissernimento para construir uma história pautada na honestidade e na verdade absoluta. Será que é interessante sairmos de nossas casas para ouvirmos isto? É interessante sim. Precisamos saber como estamos? Quem somos? E porque temos que ser. Existe um mundo que nós seriamos perfeitamente capazes de construir, mas não fazemos isso. Estamos com preguiça mental, costumamos pensar pouco... e nos deixamos guiar por idéias que não são nossas, repetimos pensamentos que não foram pensados por nós. Recomeçar é ter em mente alguma meta a ser seguida, algum objetivo. Amar? Amar pode ser um objetivo de vida, uma causa. Mas não é uma causa voltada para um projeto individual. Amar é um projeto coletivo. Não é interessante amarmos sozinhos, muito menos mendigar o outro. Os casais têm esquecido de namorar, de se cuidarem, o casamento é uma conquista momentânea. É necessária a sabedoria para levar essa conquista adiante. Ai sim, um deve renunciar em função do outro. Nenhum matrimonio permanece por longos anos impunemente. Os dois precisam colaborar, é uma construção a dois onde os dois precisam ceder.

Quanto tempo você não diz? Te amo. Quanto tempo você ouviu que era amada? Ué, estamos casados há quinze anos, dez, vinte. A gente se ama, mas não diz mais. Por que? É importante dizer... é imprescindível o dialogo. É de suma importância, você aprender a se cuidar e cuidar mais e exija com amor ser cuidada também. Não esqueça a mulher pistoleira de plantão. Ela está ai provocando, se mostrando, se insinuando. Têm tantas coisas simples que podem tornar a vida melhor, mais humana, mais saudável. É preciso saber superar os problemas, fazer os ajustes. Sem se anular. Algumas mulheres dizem: - “Meu marido é um morto nas calças, não tem atitude para nada”. Esta é uma característica dele, respeite. Mas com muita sutileza incentive-o a ser forte. Lembre-se que homens também têm suas fragilidades. Homem deve chorar sim. Aquele velho bordão que homem não chora é patético! Homem não se fez pedra, ele também é humano, de carne e osso. Há um tipo de mulher que quando o marido arranja uma amante, ela sai comunicando as amigas, que o marido não presta, que tem outra, que deixou faltar o mercantil em casa, etc, etc. ela alarma aos quatro cantos que foi traída. Isso não resolve, só a deixa mais infeliz. Cada vez que ela se propõe a propagar sua vida miserável, ela se propõe a sofrer. Lamentar não é um gesto inteligente. Ter uma atitude a dignificaria em todos os aspectos. Mulher tem atitude. Separar? - Não. Nem pensar! O que é que os outros não vão pensar? Sinto muito, mas ninguém poderá ser feliz por você. Ou você é feliz ou não é! Isto também é uma escolha sua. Somos livres para fazermos nossas escolhas mínimas ou múltiplas. E a vida vai querer saber de tudo mais tarde. Temos essa prestação com ela mesma. Toda liberdade ou prisão que escolhemos ela tem um acerto de conta natural. Assim está regido pela lei natural da vida. As vezes abandonamos uma pessoa legal, compromissa com nossos objetivos, e nós ignoramos isso. E lá na frente a gente vai sim, se deparar com isso. E nesse encontro haverão muitos porquês.

Ah, meu Deus como é difícil viver! Como é bom viver e estar bem?

Acreditem mais em vocês, sejam protagonistas. Eu sei que agora você se pergunta ou se coloca diante uma alternativa: que é ser melhor, ser mais daqui para frente. É isso mesmo... O objetivo dessa palestra, dessa mini conferencia é isso, mostrar a você que há sempre uma alternativa.
Mas agora se o casamento, o trabalho está bem, que maravilha! Agradeça a vida por isso, por ter lhe dado bons filhos, um trabalho de onde você tira o seu sustento, um homem amoroso que lhe ama e com você sabe somar, sabe enfrentar as dificuldades, que sabe com você sorrir das conquistas, diga a você mesma: eu sou feliz. Gente, um trabalho, dignifica tanto o ser humano, mas um trabalho decente onde o patrão não esquece de você no final do mês. É ótimo trabalhar. E é ótimo receber o que é seu por direito. Às vezes somos chatos, deselegantes para com as pessoas. É que a gente esquece que o outro não tem nada haver com o nosso mau humor. Vamos ser mais simpáticos, vamos cuidar do nosso cartão de visita que é o nosso corpo, o nosso sorriso, Há muita coisa que você enquanto mulher pode fazer por você mesma. Não seria este um momento oportuno para você investir em você mesma? Com certeza esse investimento lhe daria bons rendimentos. Nascemos em um interior, vivemos em um município. O que pode ser feito? O que pode ser feito?! Muita coisa. Você não está condenada a lavar, a passar, a cozinhar e assistir as novelas da globo. No município muita coisa pode acontecer e deve acontecer, depende da sociedade que o constitui. Por que não se cria um movimento de mulheres? Onde elas possam pensar de uma forma coletiva, onde elas possam se organizar em função delas mesmas? A gente não consegue enfrentar um mundo violento, cruel, desumano sozinho. Como seres sociáveis precisam de organizações inteligentes, precisamos de uma união que tenha uma predominância significativa. Todo mundo precisa está organizado para enfrentar um sistema que não tem muito compromisso com a causa humana do ser. E quando precisamos de um apoio, é muito gratificante sabermos que ele existe, que a gente não está sozinho em algum ponto determinante de nossas vidas. Quando estamos em atrito conosco, com o outro é tão bom ouvirmos uma palavra de conforto, uma palavra que nos acalanta a alma. O ser humano não veio para viver isolado. E nas cidades pequenas parece que o ser humano apesar de estar sempre em contato com o outro, ele permanece sozinho por falta de instituições que nos recebam como somos. Como eu e o outro podemos ser.

Há três anos, aqui em Martinópole, reencontrei uma amiga que há mais de treze anos, eu não via. E a gente conversando, ela disse: - É, amigo, eu fracassei. A única coisa que me restou foi assistir as novelas da Globo, e aos domingos ir a missa. Será que é só isso que o ser humano merece? Todo mundo tem uma vida pela frente. Tentar é um começo para que alguma coisa mude. Não se pode mudar o mundo, o rumo das coisas, sem antes mudarmos nós mesmos. A maior revolução que o ser humano pode atingir é dentro dele mesmo.

Como vemos o outro? A mulher tem peito.

A mulher quando é mãe solteira é chamada de irresponsável e etc. Quem somos nós para julgarmos o outro. O corpo do ser humano é a única propriedade que ele possui, e ele pode fazer dele o que quiser. Nós não somos senhores da verdade e não temos o direito de apontar o outro. Vamos apontar a nós mesmos, olhar nossas vidas e direcioná-las para onde nos for conveniente. Há pessoas que se unem em grupos de oração, em detrimento dá fé, mas isso se não houver um direcionamento mediador não traz nenhuma contribuição direta a sociedade. Somos seres sociáveis, portanto devemos nos voltar para aquele sonho de partida que é a realização nossa de cada dia, pessoal e social. Quem estragou nossa vida? Ninguém, a não ser nós mesmos. Nós permitimos que o outro nos fira, nos castre o direito de sermos nós mesmos, de sermos felizes. E somos castrados pela religião, pela política, pela falta de diversão, de oportunidade que sabemos que elas existem, mas não chegam para nós. Você tem uma identidade, e não pode renegá-la por preço nenhum. Sua identidade interna é única assim como aquela identidade adquirida no instituto de identificação. Sou feia? Pois vou me amar sendo feia! Sou feia, mas sou feliz. Sou linda? Pois vou me amar sendo linda! Sou branca, negra, amarela, vou me amar do jeito que sou..... vou me cuidar, vou ser cuidada. Quantas vezes você já disse isso a você mesma? É preciso assumir o que se é, o que se tem. Por que você pensa e cala muitas vezes? O silêncio te assassina. Mulher é um ser pensante. Mulher pensa. Há momentos na vida que é preciso usar o espelho da rainha má... e perguntar diretamente no olho: Espelho, espelho meu, há alguém neste reino que mereça ser mais feliz do que eu?

A timidez é detratora da vida das pessoas. Temos medo de nos expressarmos, temos medo de perguntarmos, de falarmos, temos um período para fazer muita coisa, para fazermos tudo que desejamos. Um dia a gente morre , infelizmente porque viver 50, 60, 70 ou 100 anos é pouco diante as possibilidades que são visíveis e cabíveis em nossas vidas. Vamos aprender a dialogar com a gente, com o outro. Quantas vezes temos a oportunidade de fazermos o bem e nos renegamos a isso? É importante conversar olhando no olho, dizendo quais são as nossas forças e as nossas fraquezas. É importante haver compreensão, menos egoísmo, mais atenção. A vida pode se tornar mais tranqüila quando a gente esquece de julgar o outro, quando a gente lembra que todo mundo tem sentimentos e que não somos senhores para passar por cima deles. Será que estamos diante dos outros sendo vistos com bons olhos? Que tipo de critica costumamos lançar sobre aqueles que parecem momentaneamente mais fragilizados do que nós?

Nós estamos vivos e temos um papel importantíssimo neste planeta. Não viemos por acaso. Temos uma missão e seja ela qual for.... só não estamos aqui para sofrermos, nem para sermos aprisionados. Onde houver opressão, agressão, saiba que esse não é o lugar que deve ser escolhido por nós.

Então busquem relacionamentos sadios, companheiros que possam acrescentar alguma coisa de importante em suas vidas. Ninguém merece sofrer nem renunciar a si mesmo por causa de outro que não venha valer a pena.

Fim.........