segunda-feira, 26 de maio de 2008

Martinópole NO SILÊNCIO DO CAMINHO

A CONSCIÊNCIA DE UM POVO é de uma estrema necessidade. Agora que estou em Martinópole, vejo uma juventude cansada, sem perspectiva, vejo uma sociedade passiva, uma mentalidade atrofiada, um pensamento anestesiado. Algumas pessoas infelizmente não conseguiram vir até aqui, não conseguiram acompanhar os tempos, não estiveram abertas as mudanças. E lamentavelmente estão atreladas a um sistema assassino da consciência. As pessoas não têm parado para pensar, não têm o dom direto do raciocinio. Por que será que as pessoas não gostam de pensar. será que a filosofia é tã odesagradável assim? será que pensar dói? talvez doia. porque pensar nessa altura do campeonato pode ser uma facada na sabedoria de todos nós, que não estivemos atentos, e agora não conseguimos mais. Meu Deus! A cidade ainda respira todo o entulho do muro de berlim. Ainda estão em nossas narinas as poeiras de quando o mundo sonhava liberdade, e veio pôr no chão a muralha. Mas aqui em Martinópole parece que a cidade não viu esse acontecimento, não tomou conhecimento da palavra liberdade, do gesto gigante que é o do ser livre, da consciência sem remorço. O que fizemos nós Martinopolenses? Mandamos nossas caçambas à Berlim, e herdamos de lá a prisão, a falta de escolha. Parece que é para nós mais facil essa morte lenta, essa vontade sem vontade que é ir a luta, que é ter o raciocinio como pão nosso de cada dia. Estamos famintos de idéias, estamos sedentos de encontrar nossa força, mas nos falta a capacidade tremenda que é nos organizarmos intelectualmente, que é nos guiar pela luz do proprio sol. Não temos mais a capacidade de deixarmos nossa menter brilhante. A juventude está perdida, a pedofilia reina na cidade, e a sociedade parece aceitar silenciosamente essa ideia que tudo é normal. Estamos corvades, estamos desumanos com nossos semelhantes. Nossos doentes mentais se perdem no dízimo da cachaça que parece santa e bendita. Comerciantes da cidade, numa atitude de estrema desumanidade oferece a alcoolatras bebida em troca de serviços prestados. Olho ao redor dacidade, ao redor do caminho que eu tracei para mim, e vejo quantos lampiões, eu poderia ser hoje? Olho para o horizonte, e penso em quantos Douglas se suicidam lentamente por falta de rumo, por falta de direcionamento. Penso em quantos Toinhos da Paraíba são perdidos no dia a dia dessa cidade em mãos de homens assassinos da dignidade alheia.