quinta-feira, 6 de março de 2008

A Cultura e Sua Essência no Pensar

Enquanto aguardo informações, e tenho a certeza que minhas malas estão prontas, eu volto para martinópole. Faz dias que fiz as malas, que entupi uma outra com revistas, textos de teatro, tnt preto, e outros pequenos objetos que irão ser destinados ao Memorial Simeão Moreira. Mas eu me interro: Aliás eu estou sempre me interrogando, até mesmo quando penso na leveza da vida. Me pergunto: Por que o mundo está desabando sobre mim, e eu não sinto com dor o seu peso? Ontem Telefonei para Martinópole e soube do falecimento de mais um conterraneo. E penso agora: a palavra viver em oposição a palavra morte. Sinto uma alegria por saber onde meus pés se foram e me permitiram ir. E como será que a minha terra natal, vai me receber na totalidade do conceito artístico? Eu gostaria muito de um dia ver um auditório lotado na espectativa de uma apresentação artistica. Não envolta de um brega mart (que me perdoe os fãs), mas falo de arte necessária e essencial. Lembro com saudade, do Teatro da Imprensa em São Paulo onde tive o prazer de Assistir "A importância de Ser Fiel" de Oscar Wild. No palco Barbara Paz ágil e elegante como um jogo de tênis (assim publicou a folha de São Paulo) , Dalton Vigh e Maria Fernanda impecáveis em suas interpretações. E ali ainda no teatro a reflexão, provocada pelo texto de Oscar Wild, pela direção fabulosa de EduardoTolentino, figurino e cenários impecáveis, não sei quem os conceberam.... e não sinto vontade de ir pesquisar porque eu perderia esse fio que me liga agora a palavra. O Grupo Tapa completava seus vinte e cinco anos de teatro... e será que nós Martinopolenses daremos nossa face ao tapa da cultura?
Volto com fome de produzir, de colaborar, de ser compreendido quando algumas amigos tentam me convencer a desistir desse passo para trás. Mas eu já em minhas decisões de não recoar só tenho agora que seguir estrada.... lembrando do Grupo Tapa, lembrando do Balaio, lembrando da dramaturgia de Marcelo Costa, em verberação meus ouvidos escutam a personagem de causa perdida, a dizer que quer sonhar, sonhar, sonhar...
Volto a Martinopole e me parece em emoções nunca contidas que eu vou sim, fazer arte, que eu vou sim levar para a cidade o início da civilização cultural... é claro que não vamos querer tanto, mas eu sei que daqui alguns anos, alguem poderia definir esse meu gesto como um o inicio de tudo.... acho que é estremamente necessario apresentar Martinopole a cultura e vice versa...
Se haverá um encontro com brilho, isto é a segundo tempo.... até aqui apenas o inicio de uma viagem, de um sonho que se abre e se direciona ao vento norte.